Documentos a serem divulgados a partir do dia 11/03/11 mostram as articulações das eleições de 2010, que para mim são mais fofocas do que outra coisa. Apenas uma coisa: a teoria da conspiração não é uma invenção minha. Eu também acho os informantes do Wikileaks muito loucos... Apesar de tudo, Hillary Clinton adora os cables recebidos do Brasil, como revelam 2 mensagens escritas pessoalmente pela Secretária americana elogiando as "informações". Por exemplo, os informantes dos americanos revelaram o seguinte (e os americanos acreditaram):
- Aécio Neves foi cogitado, até o último momento como vice na chapa de Serra. Ele continua sendo, parece que até hoje, considerado o candidato mais "óbvio", agora para 2014. E olha que 2018 já está aí...
- Marina Silva (PV) como vice do Serra foi uma notícia plantada pelo próprio Serra num encontro com o colonista Diogo Mainard. Os tucanos também não tinham dúvida do apoio do PV no segundo turno.
- Lula usou o desejo de candidatura de Ciro Gomes a favor de Dilma, (claro, para bater em Serra), mas se cogitou num certo momento da campanha o nome dele e também do governador Eduardo Campos como possíveis alternativas (black horses) a Dilma, caso a candidatura dela falhasse por algum motivo.
É preciso separar o joio do trigo: os americanos tem fontes, como eu já disse antes, muito comprometidas com interesses deles próprios, com raríssimas excessões. Isto, aliás, torna a leitura dos cables uma tarefa enfadonha. Mas seguindo, outra revelação importante foram 2 estratégias equivocadas de campanha dos tucanos.
A primeira, foi Serra se aproveitar da liderança nas pesquisas para atrasar ao máximo as definições dos nomes oficiais tanto do candidato a presidente (se Serra ou Aécio) quanto do vice (Aécio, José Agripino e Marina Silva). O primeiro a perceber e pular fora foi Aécio Neves, que ficou para 2014. De novo ( será que Serra e Alckimin vão deixar?) A segunda estratégia desastrada foi a anunciada disposição para uma campanha mais agressiva. Ou seja, desde o início os "sociais-democratas" tupiniquins já tinham em mente a baixaria que se viu nas últimas eleições.
Outra revelação interessante foi um encontro de 90 minutos entre Serra e o secretário americano Arturo Valenzuela. Serra disse a ele que caso vencesse iria se alinhar aos EUA (precisava dizer?). Ou seja, voltaríamos à velha política internacional na qual os americanos mandam e nós obedecemos. Mas, Serra não convenceu ninguém quando resolveu fofocar (o verbo que melhor encontrei foi esse) sobre a presidenta argentina Cristina Kirchner, gerando o seguinte comentário depreciativo de Valenzuela e seus assessores:
"Serra pareceu desinformado em geral dos recentes acontecimentos no Cone Sul, incluindo a situação política do presidente paraguaio Lugo, e pareceu muito (primarelly) imerso na política doméstica".
Como eu disse, não sei se são revelações ou fofocas. Cada um pode dizer o que acha.
Blogs que publicaram sobre o mesmo assunto:
Blogs que publicaram sobre o mesmo assunto:
- Gonzum - Marina era a grande aposta de Serra
- MariaFrô - Wikileaks: Na campanha eleitoral de 2010 Serra promete fidelidade canina aos EUA
- MariaFrô - A promiscuidade do PIG: Colunas de Mainaidi e Merval ditadas por Serra
- Luis Nassif - WikiLeaks e o sanatório geral da campanha de 2010
- CartaCapital/Wikileaks - Serra “buscaria uma política externa mais afinada com os EUA”
- Doutor Sujeira - Wikileaks: revelações ou fofocas?
- NotadeRodapé - Escambo e telegramas do Wikileaks
- Futepoca - Wikileaks: Bolsa Família é "quase direito sacrossanto" no Brasil, diz telegrama
- Futepoca - Wikileaks: Para cônsul, crise econômica e eleições ampliaram influência de sindicatos no Brasil
3 comentários:
"Marina Silva (PV) como vice do Serra foi uma notícia plantada pelo próprio Serra num encontro com o colonista Diogo Mainard. Os tucanos também não tinham dúvida do apoio do PV no segundo turno."
Incrível como o Mainard faz sempre esse papel de sela. Quem quiser plantar uma notícia com determinado fim e, claro, essa notícia vá prejudicar o governo Lula, PT, sindicato de trabalhadores ou qualquer movimento que lute por justiça social e maior distribuição de renda, esse Mainard vai emprestar sua coluna para que se utilizem dela do jeito que quiserem. É o jornalista sela, na expressão de Luiz Nassif. É só montar e cavalgar segundo os interesses.
Enfadonho deve ser, mas o trabalho do Wikileaks não deve ser subestimado. Os serviços diplomáticos dos outros países publicamente minimizam a importância dos dados, mas em realidade estão "aprendendo muito" com o modo de agir da diplomacia yankee. 3 entre quatro dos "diplomatas" parecem ser espias e a diplomacia americana é guiada por informações deles. No caso do Brasil é interessante ver parlamentares, funcionários do Itamaraty e até ministros de Estado passando informações de cocheira pros gringos, informações que não são públicas, algumas das quais, segredo de Estado, contrárias aos interesses dos brasileiros...
o que é muitíssimo interessante é o linguajar dos relatórios. Que inglezinho chulo o dos caras, hein!...
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