Os fãs do Schalke 04 lotaram o estádio de Gelsenkirchen para ver a despedida dos jogadores do time que, durante uma década, representou as seleções da Alemanha Oriental e também da Ocidental. Porém, os atleticanos superaram as dificuldades do campo de terra, colocaram água no chop alemão e ganharam a partida, por 3 a 1. À noite, no mesmo dia 12 de novembro, o elenco alvinegro aceitou a cortesia e jantou na companhia dos adversários e suas mulheres.
O resultado encheu de moral os atleticanos que, apesar de tropeçar no Rapid de Viena, na Áustria (3 a 0), passaram tranquilos pelo Saarbrucken, da Alemanha, por 2 a 0, e pelo Anderlecht, 2 a 1, em Bruxelas, na Bélgica. Nívio e Vaguinho, duas vezes, anotaram os gols destas duas partidas.
Nas estações de trem e aeroportos, fotógrafos, jornalistas e torcedores esperavam pela delegação. Antes ou após os compromissos nos gramados, o plantel comandado por Ricardo Diez aproveitava para fazer turismo. O goleiro Kafunga, por exemplo, fez questão de trazer e enviar cartões postais de cada lugar que visitava com a delegação atleticana. Vavá ganhou uma câmera fotográfica para registrar os melhores momentos “gelados”.
O 3 a 3 diante do Braunschweig Brunswick, em Braunschweig, decretou o adeus atleticano à Alemanha. De lá, o Galo rumou para o pequeno país de Luxemburgo, encravado entre a França, a Bélgica e o próprio território alemão. A neve, mais uma vez, entrou em cena e foi a “estrela” contra a seleção local.
De acordo com as anotações de Zezinho, jogador daquele time, o gelo cobria todo o gramado, chegando a cinco centímetros de altura. Os jogadores tinham de bater um pé no outro, pois a neve grudava na sola da chuteira e “desequilibrava o corpo”. O placar apontou 3 a 3, no dia 5 de dezembro. O destino alvinegro depois foi Paris e a vitória sobre o Stade Français, 2 a 1.
A notícia acima foi publicada integralmente no Jornal Hoje em Dia de Belo Horizonte, dia 06/12, aos 60 anos daquela excursão que, hoje em dia, leva outros nomes.
Série As Incontáveis Desgraças
5 comentários:
:o) oi. te vi nos comentários do drops (ainda não liberados, pq tou enrolada). Vc é de Belzonte. Adoro aí. Belo blog. Eu tb não acredito na grande mídia limpinha. Ah, que mais? Tou lendo devagar. Adoro o Premê (sou tão velhinha que vejo os shows desde o comecinho, la no gramado da USP). Adoro o Beethoven e Wagner. Não entendo nada de futebol. Aliás, de quase nada.
beijos
Fal
Você foi direta ao ponto: nós e a diretoria do nosso time também não entendemos nada de futebol.
E outra coisa: O Rapid Viena tá engasgado comigo até hoje.
Vc está se referindo ao que ficou para a história do futebol mundial como "campeonato do gelo". Acho que a Sorveteria São Domingos ficou em segundo lugar nesse inesquecível torneio. Eu acho que o atlético nessa onda de reconhecer torneio rio-sao paulo como campeonato brasileiro devia entrar na fifa com o pedido de primeiro campeão mundial de futebol. Eu vou ver se também incluo o Ferroviária de Araraquara que nos idos de 50 fez uma excursão maravilhosa pela Africa que os brasileiros esquecem mas os moçambicanos ainda hoje lembram con mucho gosto...
na minha terra tinha um cara que tinha um uniforme do rapid de viena, ele era austríaco e nos apresentou uma roupa "que não era de algodão!", de modo que os uniformes de todo mundo desbotava com o tempo, o dele não...aquilo sim era primeiro mundo. Ele contava as histórias do rapid de viena, a torcida batendo palmas compassadas rapid-rapid-rapid!, wien-wien-wien! e o time virava o jogo, perdendo de 3 a zero, ganhava de 7 a 3...Foi o primeiro time estrangeiro pelo qual tive admiração, mais tarde mudei pro Ibis de Pernambuco...
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